Transformação Digital: Benefícios e Ameaças
A transformação digital acelerada nos últimos anos trouxe ganhos inegáveis para empresas e consumidores. Mas trouxe também um novo tipo de ameaça: sofisticada, silenciosa e em constante mutação. É neste contexto que a procura por talento em cibersegurança é dispar e a oferta não acompanha. As empresas buscam perfis diversificados e disponíveis, mas a verdade é que o talento neste setor continua escasso. E extremamente disputado.
A Escassez Global de Talento em Cibersegurança
Do lado do recrutamento, o cenário é claro: a procura por profissionais especializados ultrapassa largamente a oferta disponível. Segundo dados do Fórum Econômico Mundial , os setores públicos e privados procuraram mais de 514 mil profissionais em cibersegurança nos últimos 12 meses, um aumento de 12 % em relação ao ano anterior . Este crescimento evidencia não apenas uma urgência como também a escalada desta necessidade global. As empresas procuram, cada vez mais, perfis com formação técnica sólida, experiência prática e, acima de tudo, capacidade de adaptação a um ambiente em constante evolução.
No entanto, o “perfil ideal” em cibersegurança está longe de ser único. Há uma valorização crescente da diversidade de trajetórias e especializações, desde engenheiros de segurança, especialistas em segurança em nuvem , até profissionais focados em governança , risco e conformidade (GRC). E todos precisam, além de conhecimentos técnicos, de competências como pensamento crítico, comunicação clara, resiliência e espírito colaborativo.
Retenção e Reconversão: Estratégias para Combater a Escassez
O impacto da escassez de talento nesta área é real. Não basta atrair talento: é preciso investir na retenção, no desenvolvimento interno e, muitas vezes, na reconversão de profissionais de áreas adjacentes. As empresas não competem apenas em inovação, competem em propósito, em projetos desafiadores e na possibilidade de aprendizagem e evolução contínua.
Mas há também uma boa notícia: criar oportunidades de fazer uma transição de carreira para esta área. Muitos dos profissionais mais bem-sucedidos em cibersegurança vieram de formações improváveis — matemática, engenharias, psicologia ou mesmo algumas áreas criativas. Organizações que apostam em estratégias de upskilling e requalificação têm maiores probabilidades de construir equipas resilientes, flexíveis e preparadas para os desafios do futuro.
Numa realidade cada vez mais digital e exposta a riscos, a cibersegurança deixou de ser apenas uma responsabilidade de áreas técnicas, é sem dúvida uma prioridade de negócio. Atrair e reter talento qualificado nesta área é um dos maiores desafios que as organizações enfrentam hoje. Exija visão, investimento e uma estratégia clara para garantir que o futuro digital seja, acima de tudo, seguro e sustentável.
Liliana Costa, Talent Manager Qibit