Segundo o Scoreboard de Inovação Europeia de 2018, Portugal é um Inovador Moderado. Porém, o desempenho do país tem diminuído face ao da União Europeia em 2010. Mas vamos por partes.
O que temos de bom?
Numa vertente positiva, salienta-se o ambiente favorável à inovação e o papel das Pequenas e Médias Empresas na inovação de produtos, processos, a nível organizacional e do marketing. Por este motivo, as cidades de Lisboa, Porto e Braga, principalmente, têm vindo a destacar-se como hubs para a criação e desenvolvimento de startups, atraindo as atenções dos empreendedores nacionais e internacionais.
Portugal destaca-se também pelo seu sistema de pesquisa e investigação atrativos, colaborando em copublicações científicas internacionais e recebendo alunos de doutoramento estrangeiros.
Onde podemos ser melhores?
O panorama torna-se negativo quando se fala de sinergias entre os vários agentes: existe ainda pouca colaboração entre PMEs inovadoras, entre o setor privado e público, faltando copublicações e financiamentos cruzados.
A nível dos produtos e serviços inovadores e de alta-tecnologia, a exportação detém uma representatividade reduzida, e a adesão nacional fica aquém devido ao elevado grau de consumidores conservadores em Portugal.
Como podemos continuar a evoluir?
A evolução deverá passar pelo investimento em Investigação & Desenvolvimento, variável onde Portugal continua aquém da média da União Europeia, de acordo com o Scoreboard.
Apesar de se ter assistido a um aumento do investimento privado em I&D, entre 2015 e 2016 (de 0,58% a 0,61% do PIB), o mesmo não acontece com o investimento público. Neste tipo de investimento, tem-se apresentado um decréscimo desde 2013, atingindo 0,64% do PIB em 2016.
Outro ponto de melhoria é a criação de emprego ligado à tecnologia de ponta e aos serviços que requerem conhecimento especializado intensivo: em 2017, 27,5% da população ativa trabalhava na área de ciência e tecnologia, em comparação com 32,7% da União Europeia.
As entidades reguladoras têm vindo a investir no sistema de educação e formação vocacional, de forma a fazer frente ao nível de competências diminuto com um serviço com melhor qualidade e maior cobertura. Porém, este desenvolvimento deve ser acompanhado pela retenção do talento formado em território nacional, combatendo a já conhecida “fuga de cérebros”.