As smart cities, em português “cidades inteligentes”, são um futuro cada vez mais presente. A urbanização em si não é uma novidade, visto que a migração de pessoas para os centros metropolitanos tem vindo a aumentar desde a Revolução Industrial.
Porém, agora encontramo-nos na fase de digitalização das cidades, ou seja, a transformação das mesmas através da tecnologia, de modo a proporcionar melhores condições de vida para os seus habitantes e visitantes.
Os fatores estimuladores
O número crescente de habitantes é um elemento crucial que fomenta a necessidade das smart cities. Em Portugal, onde existe uma elevada centralização de serviços, com cerca de 28,4% das empresas sediadas em Lisboa em abril de 2018, esta componente torna-se ainda mais gritante. Além disso, o aumento do turismo e do número de visitantes requer uma maior atenção aos serviços e infraestruturas fornecidos.
Por outro lado, também a melhoria do nível de vida e as necessidades e expetativas das gerações nativas digitais, coloca pressão sobre os serviços apresentados.
Todos estes elementos representam um desafio para os governos e municípios, revelando um maior consumo de recursos como água e energia, o aumento da poluição, e a pressão sobre as infraestruturas existentes.
As soluções e iniciativas
As smart cities são desenvolvidas através de iniciativas que combinam tecnologia com infraestruturas existentes ou novas, usando sensores IoT e plataformas comuns de modo a aumentar a eficiência, e a partilha de informação entre sistemas. Estas iniciativas têm como maiores focos a mobilidade, a gestão de recursos, a participação e inclusão social, a arquitetura e urbanismo. Desta forma, o desenvolvimento de uma cidade passará a ser medido pela forma como usa e gere os seus recursos e como mantém a qualidade de vida dos seus cidadãos.
As iniciativas podem apresentar melhorias no trânsito, na resposta a situações de emergência, e até na gestão individual de recursos por parte dos consumidores através de edifícios inteligentes que fornecem relatórios de gastos de energia e água, ajudando os consumidores a diminuir os seus custos.
O desenvolvimento no futuro
De acordo com o IDC, o investimento em smart cities atingiu os 80 mil milhões de dólares em 2016, e deverá atingir os 135 até 2021. Paralelamente, segundo a Gartner, em 2017, cerca de 2,3 mil milhões de objetos conectados foram usados em smart cities.
Perante este panorama, Todd Thibodeaux defende que a segurança deve ser garantida desde o início, devendo ser a prioridade dos empreendedores, de modo a garantir a segurança e privacidade das comunidades. Protocolos e métodos de recuperação após desastres são uma necessidade premente para apoiar o desenvolvimento das novas cidades.